segunda-feira, 12 de março de 2012

Eu sou seu amigo(a) mais sou mais amigo(a) da verdade




A estudante Lais


"O pensamento parece uma coisa à toa, mas como
é que a gente voa quando começa a pensar"
 Lupicínio Rodrigues

Em uma sala com trinta estudantes do Ensino Fundamental II, em plena aula de filosofia, daquelas aulas cujo assunto requer atenção e esforços, uma vez que o professor estava falando sobre pensar, o que é o pensar, a turma encontra-se dispersa fato denunciado pelo comportamento de constantes conversas, brincadeiras. Por mais que o professor tentasse controlar a euforia, receber dos mesmos a devida atenção, era em vão. Mas eis que surge num dado momento... como chuva de março na caatinga, feito girassóis no verão, uma voz que se insurge rompendo o marasmo e calando os ânimos:

- Ô gente! fica em silêncio o professor quer explicar o assunto e eu quero aprender.

Olhares voltaram para aquela criatura que na multidão, em pé, se sobressaia , enquanto ouviam-se murmúrios, estalar de dentes e bocas que se contraiam em tom de deboche. Não resistindo ao apelo uma outra voz, ligada a multidão, pronuncia:


- Por que você quer atrapalhar a conversa, ela está bem melhor que a aula? Você não é nossa amiga? Não faz parte da turma?

E a voz, que até então era somente uma voz ousada se reveste de sabedoria ao dizer:

- Eu sou amiga, mas sou mais amiga da verdade.

Poucos, ou talvez ninguém entendeu a profundidade da resposta. Reposta que levará essa estudante a ser rejeitada pela turma por algum tempo. Mas, sem saber, a estudante viajou 2.300 anos no espaço e no tempo para repetir as palavras de Aristoteles, que se imortalizou na história ao discordar das teorias do seu mestre Platão e buscar uma nova explicação para a diversidade das coisas que existem no mundo. Ao abrir sua crítica ao mestre Aristóteles diz, eu amo meu mestre e respeito muito ele, também sou grato ao mesmo por ter me iniciado na filosofia, mas amo mais a verdade e existem equívocos que precisam ser corrigidos.
Não iremos adentrar, agora, nos pormenores da filosofia de cada um para explicar o que foi esse momento marcante na história do pensamento ocidental, a divergência entre ambos. Vamos tão somente analisar a atitude de Aristoteles e tentar responder as seguintes questões. O que é essa atitude? Esse amor a verdade? Que amigo é esse que prefere a verdade?
  

2 comentários:

Anônimo disse...

ADOREI!! Ficou muito bonito.

Cleidson de Oliveira disse...

Realmente eu dedico esse pequeno escrito inacabado a você. Que ainda tão jovem, busca a sabedoria com tanto fervor. Te admiro muito Lais. Do seu amigo e professor Cleidson.

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