quinta-feira, 28 de abril de 2011

O simbólico e o diabólico na representação poética de Brendo

Eis que em uma aula de sociologia, quando falavamos da múltipla faceta humana, que carrega em seu núcleo a dimensão caos e ordem, em um constante equilibrio dinâmico, surge um poema que nos revela o humano, biológico, cósmico, sociológico e espiritual. Vejamos então o poema do estudante do 2º ano Brendo Antônio da S. Santana



Apenas um fracasso

Somos seres frágeis
Manipulados facilmente
pela nossa mente
Nós passamos por dementes

Sou apenas um fracasso
Preso em meu próprio laço
Por ser fraco
Sou desmanchado em caos

Será tão difícil assim
Descobrir o que há em mim?
Será verdade a minha vida?
Porque tão negra e tão sofrida?

Mas levanto todo dia
Lembrando de tudo que tinha
Consigo ver a luz do dia
Em uma pura e eterna magia.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Filosofia e Cinema

  Às vésperas de completar 15 anos, Sofia Amundsen recebe mensagens anônimas com perguntas intrigantes, como "quem é você?" e "de onde vem o mundo?". A partir dessas mensagens, ela se torna aluna do misterioso Alberto Knox, que a acompanha em uma fascinante jornada pela história da Filosofia, de Sócrates até os dias de hoje, passando pela Idade Média, o Iluminismo, a Revolução Francesa e a Revolução Russa. Como o livro no qual se baseia, a minissérie O Mundo de Sofia é uma introdução inteligente e divertida à história da Filosofia, recomendada a todos que têm paixão pelo conhecimento.

Fonte: http://www.interfilmes.com/

Título no BrasilO Mundo de Sofia
Título OriginalSofies verden
Ano de Lançamento
GêneroDrama
País de OrigemNoruega / Suécia
Duração200 minutos
Direção
Estúdio/Distrib.Versátil
Veja aqui o TRAILER: 


Sorbonne, Paris, 1929. Simone de Beauvoir se apaixona por um carismático e rebelde jovem: Jean Paul-Sartre. Juntos, eles embarcam numa viagem erótica e emocional. Depois de vinte anos na profunda perversão, ela encontra forças para reivindicar sua própria identidade e fama.

Fonte:xcinemacultura.com

• Título Original: Les Amants du Flore
• Direção: Ilan Duran Cohen
• Roteiro: Chantal Derudder, Stanislas Graziani, Evelyne Pisier, Suna Syal
• Gênero: Biografia, Drama
• Origem: França
• Duração: 104 minutos
• Tipo: Longa-metragem
• Diáologo: Francês
• Legenda: PT-BR
• Cor: Colorido



Na periferia parisiense, o bairro de Sarcelles é conhecido como A Pequena Jerusalém , já que muitos judeus imigraram para lá. É onde vive a bela Laura, de 18 anos, que oscila entre sua educação religiosa e seus estudos de filosofia que fascinam e oferecem a ela uma outra visão do mundo. Enquanto sua irmã Mathilde tenta dar nova vida ao casamento, Laura sucumbe às suas primeiras emoções amorosas ao se apaixonar por um rapaz de outro religião. Um romance proibido para uma garota judia. A confrontação com o desejo de amar e de entregar seu corpo ao amor vai perturbar suas certezas.

Fonte:http://www.interfilmes.com

Título no BrasilA Pequena Jerusalém
Título OriginalLa petite Jérusalem
Ano de Lançamento
GêneroDrama
País de OrigemFrança
Duração96 minutos
Direção
Estreia no Brasil30/06/2006
Estúdio/Distrib.Europa Filmes

Veja aqui o TRAILER


Retrato particular da vida do filósofo Ludwig Wittgenstein, cultuado pela filosofia da linguagem contemporânea, crescido no luxo extremo de uma família vienense, que opta pela carreira filosófica e pela vida simples. O filme mostra por meio de belíssimas e estranhas imagens as preferência e estilos do filósofo, como concebidas por Jarman, conversas com marcianos, danças com parceiros homoeróticos, comédia com a figura de Bertrand Russel, este filme é um marco do chamado “fragmentalismo”.

Fonte:  cinemacultura.com

• Título Original: Wittgenstein
• Direção: Derek Jarman
• Roteiro: Derek Jarman, Ken Butler, Terry Eagleton
• Gênero: Drama
• Origem: Inglaterra
• Duração: 75 minutos
• Tipo: Longa-metragem
• Diálogo: Inglês
• Legenda: PT-BR
• Cor: Colorido - ANO: 1993




Em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), noviço que o acompanha, têm a função de investigar uma série de estranhas mortes que passam a ocorrer em um mosteiro no norte da Itália durante a Idade Média.

Fonte:  cinemacultura.com

• Título Original: Der Name der Rose
• Direção: Jean-Jacques Annaud
• Roteiro: Umberto Eco (romance), Andrew Birkin (roteiro), Gérard Brach (roteiro), Howard Franklin (roteiro), Alain Godard (roteiro)
• Gênero: Drama/Suspense
• Origem: Alemanha/França/Itália
• Duração: 130 minutos
• Tipo: Longa-metragem
• Diáologo: Inglês
• Legenda: PT-BR
• Cor: Colorido



Ficção Científica de ação que reinventou vários conceitos no gênero no final dos anos 90. Fala sobre o domínio das máquinas sobre os homens. Um grupo liderado por Morpheus está atrás do “One” – o escolhido – que, diz a profecia, libertará a raça humana dessas máquinas.

• Título Original: The Matrix
• Direção: Lana Wachowski, Andy Wachowski
• Roteiro: Andy Wachowski, Lana Wachowski
• Gênero: Ação/Ficção Científica
• Origem: Estados Unidos
• Duração: 136 minutos
• Tipo: Longa-metragem
• Diáologo: Inglês
• Legenda: PT-BR
• Cor: Colorido -ANO 1999

Fonte:  cinemacultura.com






Baseado no best-seller e premiado romance de Irvin Yalom, o filme “Quando Nietzsche Chorou” conta a história de um encontro fictício entre o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (Armand Assante) e o médico Josef Breuer (Bem Cross), professor de Sigmund Freud (Jamie Elman). Nietzsche é ainda um filósofo desconhecido, pobre e com tendência suicidas. Breuer passa por uma má fase após ter se envolvido emocionalmente com uma de suas pacientes, Bertha (Michal Yannai), com quem cria uma obsessão sexual e fica completamente atormentado. Breuer é procurado por Lou Salome (Kather Winnick), amiga de Nietzsche, com quem teve um relacionamento atribulado. Ela está empenhada em curá-lo de sua depressão e desespero, assim pede ao médico que o trate com sua controversa técnica da “terapia através da fala”. O tratamento vira uma verdadeira aula de psicanalise, onde os dois terão que mergulhar em si próprios, num difícil processo de auto-conhecimento. Eles então descobrem o poder da amizade e do amor.

• Título Original: When Nietzsche Wept
• Direção: Pinchas Perry
• Roteiro: Pinchas Perry, Irvin D. Yalom
• Gênero: Drama
• Origem: EUA
• Duração: 105 minutos
• Tipo: Longa-metragem
• Diálogo: Inglês
• Legenda: PT-BR
• Cor: Colorido - ANO: 2007

Fonte:  cinemacultura.com

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quarta-feira, 30 de março de 2011

Terremoto e Tsunami no Japão, uma leitura filosófica e geográfica




Semana passada, durante uma aula de geografia sobre astronomia, uma estudante do 1º. ano do Ensino médio solicitou-me que falasse sobre o Tsunami no Japão, logo que recebi o pedido da estudante, cujo nome é Juliana, exitei em falar naquele momento sobre a questão e prometi a mesma que em um momento propício trataria sobre o assunto.
Então, após alguns dias acompanhando os noticiários e refletindo sobre o acontecimento resolvi debruçar-me sobre, não somente a questão do Japão, mas as catástrofes de um modo geral, comprometendo-me em não só descrever a catástrofe do ponto de vista físico, ou como um fenômeno da natureza, mas indo além, muito mais além, espero que vocês possam vir comigo nesta viagem Juliana e demais estudantes. Para enxergar o terremoto e o Tsunami no Japão farei, conforme fizera Newton, quando disse que “Se enxerguei mais longe, foi porque me apoiei sobre os ombros de gigantes”, apoiarei-me sobre os ombros dos gigantes também para mostrar que essa questão é antiga e para ela já foram criadas inúmeras teorias.
Começaremos esse trabalho, que não será finalizado em um único momento, lembrando que o homem buscou, desde os primeiros momentos, encontrar explicações para isso onde ele está e o que ocorre a sua volta e o que ocorre com ele mesmo, as explicações sobre isso onde ele está e isso sobre sua volta diz respeito a geografia, tanto a do macro, quanto a do micro espaço, do espaço geográfico terrestre e do espaço geográfico universo, vimos que essa ânsia pelo saber está afeita no primeiro momento a uma espécie de espanto, espanto que traz em seu bojo não só o deslumbramento, mas também o medo, afinal essa natureza não é palco apenas do que é belo, mas também do que é perigoso. Se esse ser frágil, em meio a vários outros seres ferozes e várias intempéries do espaço geográfico, chamado homem quiser continuar a viver, ele vai ter que conhecer e transformar essa natureza de modo que ele possa viver seguro, evitando as grandes chuvas, terremotos,secas, animais venenosos, predadores, entre outros. Daí nasce toda a organização e construção humana, nasce a sociedade e a tecnologia, nasce aquilo que Rousseau chamará de contrato, um contrato em que todos irão cooperar na organização e construção da sociedade, respeitando, criando e aprovando regras para boa convivência, onde eu abro mão de alguns desejos a fim de assegurar a harmonia de todos. Com isso, quero dizer que o homem transformou a natureza, construiu casas, pontes, fábricas, armas, meios velozes de transporte e tudo isso ajudou o homem a sobreviver e a aumentar o número da espécie. O homem não pôde acabar com a natureza e nem acabar com os eventos naturais, mas pode burlar esses eventos, essas leis a seu favor, daí o conhecimento ser a grande guia da razão, em filosofia, chamamos de razão, essa luz, que ilumina e ajuda ver melhor. Mas essa luz pode iluminar e pode cegar. Vejamos como seguindo o exemplo do Japão.
Em março de 2011, acompanhamos o terremoto e que se seguiu do tsunami, causando grandes estragos no Japão, causando a morte de 11 mil pessoas, efeitos que não param por ai, haja vista que os estragos chegou as industriais e os resíduos delas pode provocar uma grande contaminação nuclear, o que afetara a população Japonesa sem precedentes, é uma contaminação hereditária já que a contaminação por material radioativo, provoca diversas implicações biológicas causando um comprometimento genético das células reprodutivas. E realmente não para por ai, já que a água e os alimentos acabam sendo infectados e com a circulação mundial de alimentos oriundos do Japão, os efeitos podem atingir a saúde da população de outros países. Por conta disso o acontecimento do Japão é um fato que encontra sua explicação e a fonte da sua preocupação no campo da geografia quando tratamos da geografia física e da geografia humana, com temas como a geopolítica, a globalização, e da filosofia quando nos deparamos com a ética, a escolha. Mas para compreender melhor isso começaremos entendendo como ocorre um Tsunami, isto é as causas de um tsunami e o que é um tsunami e/ou um terremoto. 

Você sabe o que é cyberbullying?

O blog Convite ao Filosofar não trata apenas de filosofia no seu modo direto, isto é, em apresentar  e esclarecer conceitos filosóficos e/ou mesmo relatar e discutir os pensamentos dos filósofos ou das várias correntes filosóficas, ele vai além e busca mostrar que a filosofia é atual e deve sim se relacionar com os diversos temas da nossa sociedade, trazendo para a compreensão desses temas elementos da filosofia tradicional, para que se possa compreende-los da melhor maneira possível. E é com esse olhar que compartilhamos um texto apresentado pela UOL educação, onde é abordado a questão do bullying em sua versão online.   



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"A propagação de apelidos e histórias mentirosas ganham o respaldo da sensação de anonimato que a Web dá", diz a pedagoga Cleo Fante, autora do livro "Bullying Escolar - perguntas e respostas", Editora Artmed.
Segundo a pesquisadora, o cyberbullying - a versão online da prática - tem potencial para fazer ainda mais vítimas que o bullying tradicional.
"Basta uma foto ou um vídeo na Internet para virar motivo de piada ou de um perfil virtual falso. Alguém se passa por você e diz que você fez ou é coisas que não são verdade", explica Fante.
No bullying offline, as principais vítimas costumam ser crianças tímidas ou com características fora do que se considera padrão (desempenho escolar melhor ou pior que o dos colegas, peso abaixo ou acima da média, por exemplo).



Cuidados com os pequenos
A inexperiência com as ferramentas virtuais e a falta de malícia deixam os pequenos mais vulneráveis ao cyberbullying.
"É comum as crianças não tomarem cuidados básicos, como não contar as senhas que utilizam e esquecer de fazer logoff de e-mail e programa de mensagens. Por isso os adultos precisam orientá-los", diz Fante.
Para a pesquisadora, o medo do bullying não pode levar os pais a proibir as crianças a utilizar a Internet.
"É uma ferramenta útil, mas precisa ser utilizada com supervisão e cuidado", diz.



Vítimas devem acionar a Justiça
Seu filho pode ser vítima de cyberbullying se...
Demonstra sinais de irritação (gritos, choro) durante e após o uso da web;
Quer checar e-mails e sites de relacionamento sempre;
De repente, afastou-se da internet ou aumentou a frequência de uso;
Apresenta desculpas para faltar às aulas;
Tem sintomas de nervosismo antes de ir à escola (dores de cabeça, de estômago, diarreia, vômitos);
Tem dificuldades de fazer amigos;
Volta da escola triste, machucado, com roupas ou material danificados.

Alguém criou uma comunidade virtual para zombar de seu filho ou está distribuindo e-mails que o ofendem. O que fazer?


O promotor de justiça criminal Lélio Braga Calhau, de Minas Gerais, dá dicas: "Se for uma comunidade ou perfil falso, é preciso fazer um 'PrintScreen' (comando que copia a imagem exibida na tela) e imprimir a figura. O responsável pela vítima pode fazer uma denúncia em delegacia de polícia ou diretamente no Ministério Público".
É necessário fornecer o máximo de detalhes possíveis sobre o caso, como endereço do site que veiculou a ofensa, dia e horário em que estava no ar e nome de quem publicou se a vítima souber.
Feita a denúncia, a Justiça exige que o site tire a página ofensiva do ar, segundo o promotor.
"O anonimato pela Internet é uma falsa impressão. A Justiça brasileira consegue descobrir o autor da ofensa e encaminha o processo contra ele", explica o promotor.
O agressor pode ser processado e ter de pagar indenização. Se for menor de idade, a conta pode pesar no bolso dos pais.
"Por isso, é preciso cuidado redobrado: os pais precisam verificar se o filho não sofre esse tipo de intimidação, já que muitos têm vergonha de contar, e, também, se ele não é um possível autor de bullying", recomenda a pedagoga Cleo Fante.
A receita para proteger os filhos das ameaças dos tempos modernos é antiga: "tem de conversar em casa, ver se está tudo bem, analisar o comportamento. A vítima de bullying dá sinais de nervosismo, irritação, perde vontade de ir à escola, se afasta dos amigos. Já o autor costuma ter comportamento violento, agressor egoísta. Cada pai tem de conhecer o filho que tem", diz Fante



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segunda-feira, 21 de março de 2011

A Alegoria da Caverna

 Sócrates: Agora imagine a nossa natureza, segundo o grau de educação que ela recebeu ou não, de acordo com o quadro que vou fazer. Imagine, pois, homens que vivem em uma morada subterrânea
em forma de caverna. A entrada se abre para a luz em toda a largura da fachada. Os homens estão no interior desde a infância, acorrentados pelas pernas e pelo pescoço, de modo que não podem
mudar de lugar nem voltar a cabeça para ver algo que não esteja diante deles. A luz lhes vem de um fogo que queima por trás deles, ao longe, no alto. Entre os prisioneiros e o fogo, há um caminho que
sobe. Imagine que esse caminho é cortado por um pequeno muro, semelhante ao tapume que os exibidores de marionetes dispõem entre eles e o público, acima do qual manobram as marionetes e
apresentam o espetáculo.
Glauco: Entendo
Sócrates: Então, ao longo desse pequeno muro, imagine homens que carregam todo o tipo de objetos fabricados, ultrapassando a altura do muro; estátuas de homens, figuras de animais, de pedra, madeira ou qualquer outro material. Provavelmente, entre os carregadores que desfilam ao longo do muro, alguns falam, outros se calam.
Glauco: Estranha descrição e estranhos prisioneiros!
Sócrates: Eles são semelhantes a nós. Primeiro, você pensa que, na situação deles, eles tenham visto algo mais do que as sombras de si mesmos e dos vizinhos que o fogo projeta na parede da caverna à sua frente?
Glauco: Como isso seria possível, se durante toda a vida eles estão condenados a ficar com a cabeça imóvel?
Sócrates: Não acontece o mesmo com os objetos que desfilam?
Glauco: É claro.
Sócrates: Então, se eles pudessem conversar, não acha que, nomeando as sombras que vêem, pensariam nomear seres reais?
Glauco: Evidentemente.
Sócrates: E se, além disso, houvesse um eco vindo da parede diante deles, quando um dos que passam ao longo do pequeno muro falasse, não acha que eles tomariam essa voz pela da sombra que desfila à sua frente?
Glauco: Sim, por Zeus.
Sócrates: Assim sendo, os homens que estão nessas condições não poderiam considerar nada como verdadeiro, a não ser as sombras dos objetos fabricados.
Glauco: Não poderia ser de outra forma.
Sócrates: Veja agora o que aconteceria se eles fossem libertados de suas correntes e curados de sua desrazão. Tudo não aconteceria naturalmente como vou dizer? Se um desses homens fosse solto,
forçado subitamente a levantar-se, a virar a cabeça, a andar, a olhar para o lado da luz, todos esses movimentos o fariam sofrer; ele ficaria ofuscado e não poderia distinguir os objetos, dos quais via apenas as sombras anteriormente. Na sua opinião, o que ele poderia responder se lhe dissessem que, antes, ele só via coisas sem consistência, que agora ele está mais perto da realidade, voltado para objetos mais reais, e que está vendo melhor? O que ele responderia se lhe designassem cada um dos objetos que desfilam, obrigando-o com perguntas, a dizer o que são? Não acha que ele ficaria embaraçado e que as sombras que ele via antes lhe pareceriam mais verdadeiras do que os objetos que lhe mostram agora?
Glauco: Certamente, elas lhe pareceriam mais verdadeiras.
Sócrates: E se o forçassem a olhar para a própria luz, não achas que os olhos lhe doeriam, que ele viraria as costas e voltaria para as coisas que pode olhar e que as consideraria verdadeiramente mais
nítidas do que as coisas que lhe mostram?
Glauco: Sem dúvida alguma.Sócrates: E se o tirarem de lá à força, se o fizessem subir o íngreme
caminho montanhoso, se não o largassem até arrastá-lo para a luz do sol, ele não sofreria e se irritaria ao ser assim empurrado para fora? E, chegando à luz, com os olhos ofuscados pelo brilho, não seria capaz de ver nenhum desses objetos, que nós afirmamos agora serem verdadeiros.
Glauco: Ele não poderá vê-los, pelo menos nos primeiros momentos.
Sócrates: É preciso que ele se habitue, para que possa ver as coisas do alto. Primeiro, ele distinguirá mais facilmente as sombras, depois, as imagens dos homens e dos outros objetos refletidas na água,
depois os próprios objetos. Em segundo lugar, durante a noite, ele poderá contemplar as constelações e o próprio céu, e voltar o olhar para a luz dos astros e da lua mais facilmente que durante o dia para o sol e para a luz do sol.
Glauco: Sem dúvida.
Sócrates: Finalmente, ele poderá contemplar o sol, não o seu reflexo nas águas ou em outra superfície lisa, mas o próprio sol, no lugar do sol, o sol tal como é.
Glauco: Certamente.
Sócrates: Depois disso, poderá raciocinar a respeito do sol, concluir que é ele que produz as estações e os anos, que governa tudo no mundo visível, e que é, de algum modo a causa de tudo o que ele e
seus companheiros viam na caverna.
Glauco: É indubitável que ele chegará a essa conclusão.
Sócrates: Nesse momento, se ele se lembrar de sua primeira morada, da ciência que ali se possuía e de seus antigos companheiros, não acha que ficaria feliz com a mudança e teria pena deles?
Glauco: Claro que sim.
Sócrates: Quanto às honras e louvores que eles se atribuíam mutuamente outrora, quanto às recompensas concedidas àquele que fosse dotado de uma visão mais aguda para discernir a passagem das sombras na parede e de uma memória mais fiel para se lembrar com exatidão daquelas que precedem certas outras ou que lhes sucedem, as que vêm juntas, e que, por isso mesmo, era o mais hábil para conjeturar a que viria depois, acha que nosso homem teria inveja dele, que as honras e a confiança assim adquiridas entre os companheiros lhe dariam inveja? Ele não pensaria antes, como o herói de Homero, que mais vale “viver como escravo de um lavrador” e suportar qualquer provação do que voltar à visão ilusória da caverna e viver como se vive lá?
Glauco: Concordo com você. Ele aceitaria qualquer provação para não viver como se vive lá.
Sócrates: Reflita ainda nisto: suponha que esse homem volte à caverna e retome o seu antigo lugar. Desta vez, não seria pelas trevas que ele teria os olhos ofuscados, ao vir diretamente do sol?
Glauco: Naturalmente.
Sócrates: E se ele tivesse que emitir de novo um juízo sobre as sombras e entrar em competição com os prisioneiros que continuaram acorrentados, enquanto sua vista ainda está confusa, seus olhos ainda não se recompuseram, enquanto lhe deram um tempo curto demais para acostumar-se com a escuridão, ele não ficaria ridículo? Os prisioneiros não diriam que, depois de ter ido até o alto, voltou com a vista perdida, que não vale mesmo a pena subir até lá? E se alguém tentasse retirar os seus laços, fazê-los subir, você acredita que, se pudessem agarrá-lo e executá-lo, não o matariam?
Glauco: Sem dúvida alguma, eles o matariam.
Sócrates: E agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar exatamente essa alegoria ao que dissemos anteriormente. Devemos assimilar o mundo que apreendemos pela vista à estada na prisão, a luz do fogo que ilumina a caverna à ação do sol. Quanto à subida e à contemplação do que há no alto, considera que se trata da ascensão da alma até o lugar inteligível, e não te enganarás sobre minha
esperança, já que desejas conhecê-la. Deus sabe se há alguma possibilidade de que ela seja fundada sobre a verdade. Em todo o caso eis o que me aparece tal como me aparece; nos últimos limites
do mundo inteligível aparece-me a idéia do Bem, que se percebe com dificuldade, mas que não se pode ver sem concluir que ela é a causa de tudo o que há de reto e de belo. No mundo visível, ela gera a luz e o senhor da luz, no mundo inteligível ela própria é a soberana que dispensa a verdade e a inteligência. Acrescento que é preciso vê-la se quer comportar-se com sabedoria, seja na vida privada, seja na vida pública.
Glauco: Tanto quanto sou capaz de compreender-te, concordo contigo.

Referência:

A Alegoria da caverna: A Republica, 514a-517c tradução de Lucy Magalhães.
In: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia: dos Pré-socráticos a Wittgenstein. 2a
 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,

Sobre a Vírgula




Muito legal a campanha dos 100 anos da ABI
(Associação Brasileira de Imprensa).

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere..

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode criar heróis..
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

A vírgula pode condenar ou salvar. 
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!

Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua
informação.

Detalhes Adicionais:

"SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À
SUA PROCURA.



* Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER...

* Se você for homem, certamente colocou a vírgula depois de TEM...