Milena Miranda
3º EM
Apreciação minuciosa
da obra literária
O
príncipe escrito por Maquiavel.
Elaborada para
requesito de nota para Iº unidade do curso de Filosofia, com propósito de
maximizar a argumentação, fundamentar e adquirir conhecimentos políticos
entrelaçados com conceitos históricos antigos que permeiam na
contemporaneidade.
Orientador: Prof. Cleidson Oliveira
Prefácio
 |
Photo Luis Machado |
A necessidade de formar juízo fundamentada em
teorias julgadas imprescindíveis torna a obra O príncipe, escrito por Maquiavel,
um dos mecanismos que o ser humano atribuiu ao longo do tempo como meio de
elucidar o comportamento do individuo em grupo oriundo de suas premências.
Entender a sociedade que o homem está integrado, criticar e filtrar as
informações é importante de tal forma que ampliemos nossa visão de política,
solidificando bases teóricas requeridas por meio de informações também
encontradas no livro.
Por meio de uma critica como cidadão e
analisador parcial será destrinchado informações da obra, das aulas em sala
para ser elaborado respostas condizentes.
1.
Concepção
central do livro
...quando se ocupa
Estados em uma província disforme de língua, de costumes e de valores, aparecem
as dificuldades; e aqui é preciso ter grande sorte e grande capacidade para
mantê-la.
(Maquiavel 1532, O príncipe, p.13)
... eu lhes respondi
que os franceses não entendiam de Estado, porque se entendessem, não teria
deixado que a igreja se tornasse tão grande.
(Maquiavel 1532, O príncipe, p.20)
...por medo foram
constrangidos a obedecer e a firmar um governo do qual se fez príncipe. E
mortos todos aqueles que, por estarem descontentes, poderiam ofender-lhe.
(Maquiavel 1532, O príncipe, p.42)
Conceder
ao homem como ser pensante a ideia de buscar, manter e fazer manutenções do
poder adquirido a longo ou curto prazo por meio de sacrifícios inteligente e
que permeie entre os populares a informação de ou ser o bem feitor o que ira o atar
as mãos ou individuo autônomo que solicite e consiga através de mecanismos
sadios, trágicos e desumanos formando um estado sólido, contando com similares
de poder e sua própria nação sem distinção de classe, ou seja, buscar a forma
mais prudente para estabilizar a relação do povo com o governante.
Conselhos
primários e secundários que aproximam o político da sociedade em que governa
por meio da intimidação e astucia ciente de que manter e ceder cordialidade
entre as extremidades é uma façanha necessária a todo instante e se assim não o
fizer, os mecanismos criados para conquistar e manter o poder, serão fiascos
que logo o destronará. Mostrar às sucessivas falhas do homem e o reparo
necessário através de fundamentações inescrupulosas que visam passos
independentes de forma hostil, sem receio de constranger com pensamentos
coerentes e sem filtros ou que agregue apenas o tradicional, direcionando o ser
humano ao desejado por ele. Saber lidar com os outros governos, manter laços
entre os maiores e menores, guerrear com o que tem aproveitando como puder sem
desviar sua atenção e aprender a não se confiar demais, pois há mudanças que
oscilam a todo tempo por esse motivo é necessário entrar em uma guerra sabendo
sair. Desprezar qualquer valor não condizente ao que se quer, fazer o mal de
uma vez e o bem de forma gradativa apenas é um dos esboços para futuras
vitorias.
2.
Política
– Maquiavel e Sociologia
Maquiavel
relaciona o homem e suas condições, alguns forçados pelo meio e outros apenas
obras estáticas que enfeitam. Aprofunda-se em contextualizar a sociedade sem
nenhuma base utópica, ou seja, apontar os fatos lúcidos sem menosprezar
detalhes ou se preocupar em opiniões externas que critiquem sua falta de
escrúpulos independente de quais sejam os danos morais exibidos ou provocados.
Enquanto por outra vertente a sociologia estuda a sociedade e os recursos
sociais adentrando a todos os pensamentos e públicos de forma a contemplar o
homem a capacidade de se impor desviando-os da ignorância ao permitir desequilíbrio,
ou seja, evitar a priorização de quem tem maior poder financeiro ou
político.
A política deve ser feita de maneira
á apaziguar e atender a necessidade da população, porém o homem necessita
sempre mais e se mostra disponível a alcançar, gerando desigualdade entre os
indivíduos, acarretando problemas sociais e escassez de valores. As pessoas
devem ser políticas, para entender a forma de governo da sua nação. Segundo
Maquiavel (1532, O príncipe, p.66) ‘’Aprenda a conhecer seu país e possa melhor
defendê-lo’’ fundamentando que é imprescindível escolher quem ira controlar seu
meio e para tanto é importante compreender como funciona o sistema, ensina aos
governantes como governar, mas também mostra a realidade do povo submisso,
comprável, não instruído a exercer seus direitos, de modo que muitos obedecem á
autoridade. Não se deve dar a outra pessoa à responsabilidade por nossa
segurança e bem estar, sem que nos preocupemos como acontecerá isso e se
realmente acontecerá.
3.
Estratagemas
para conquista e manutenção do poder
3.1
Nada
é tão incerto e instável quanto à fama de uma potência que não se funda sobre
sua própria força.
E
disse Maquiavel: ‘’Sábio sempre fugirá dessas armas e se voltará às próprias
armas; e achará melhor perder com as suas do que vencer com as dos outros,
julgando não verdadeira vitória aquele que com as armas alheias se conquista ‘’
Buscar
por seus meios validam suas conquistas não os aprisionando a terceiros que
podem ter intenções contraditórias as que demonstravam. Ganhar para se
aprisionar não é vitória. É sabido por muitos que os ingleses conquistaram
nações por meios sem princípios; investimentos bélicos, localizar suas
indústrias nas localidades, determinar o consumismo da população através do uso
da matéria prima finalizada por eles, sistema de governo similar ao seu e ‘’
ajuda ‘’ aos países que estão em desequilíbrio; financeiro, alimentício ou
devido a guerras. Exemplo de dominação ocorrera na Índia, onde a população se
submetia a autoridade exercida pelos ingleses, de forma que vestiam, se
alimentam e viviam de acordo com os mesmos, sem ter liberdade de expressão ou
uso adequado de suas vidas, ou seja, cometer aquilo que não é permitido por ele
e segundo Maquiavel no capitulo XIII ‘’ as armas dos outros, são como roupas
que não te servem, ou são muito largas ou muito pesadas ou muito apertadas’’.
3.2
Fazer-se
amado e temido pela população
Maquiavel
mostra que não se pode apenas exigir, pois o povo se rebelaria, sendo assim, o
equilíbrio mantém e contém a população. ‘’Sorrir falso e arder com puder se
preciso, mas que assim faça ambos ‘’ acredito e fundamento, pois se é bom
demasiadamente, o usurpam créditos e poder, tornando-o a mercê da população que
o nivelam como os seus, o desrespeitando como autoridade. Ser severo e impor
respeito atrai submissão por medo, mas não se pode ser apenas um, é necessário
os dois, pois a balança comporta não apenas um e se houver a diferença, logo um
desequilíbrio. Não é necessário ter todas as qualidades a todo o tempo, mas
imprescindível aparentar tê-las.
3.3
Aprendam a conhecer seu país e possa melhor defendê-lo
Há duas vertentes, a
primeira é que como povo se você conhece seu país como um todo, logo saberá se
defender da tirania de um governo e a segunda é que como governante que
aprendeu e conhece sua nação, poderá se defender, criando táticas de guerra,
melhorando a qualidade dos seus soldados; os equipando e treinando, adequados a
identificar mudanças antes que elas acontecem, ou seja, se preparar ou resistir
a um ataque e se houver qualquer tipo de falha, corrigi, pois um bom líder
saber ser o capitão mentor da qualidade que vise vitórias.
3.3
Mudar
com novos méritos a velha ordem, ser severo e grato, magnânimo e liberal.
Desloca as pessoas á acompanha sua linha de raciocínio e
sua forma de trabalho de forma hábil é uma tática em outras palavras, uma arte
formidável. Pessoas acostumadas á outra ordem e sistema tendem a rejeitar
quaisquer que sejam as mudanças, não como um todo, pois á adaptação é relativa
entre os seres humanos, mas contar apenas com a exceção é ‘’esperar chuva em
dia de sol ‘’ pode acontecer, porém é incerto demais. Não se pode mostrar ser
liberal demasiadamente, para não ser tratado como desprovido de autoridade,
muito menos severo exacerbado, pois a rejeição imediata, logo o deslocará como
‘’ apenas o intermediário, e para quem quer se fixar ao poder, não é de maneira
alguma, a melhor tática.
4.
Maquiavel
no século XXI
Todavia
a religião é uma das principais influenciadoras de comportamento humano e base
social, desde á antiguidade com o aparecimento de cristo e o surgimento do
cristianismo, entre diversas doutrinas que também por sua vez são responsáveis
por inflexibilidade ou controle. Segundo Maquiavel ‘’ os franceses não
entendiam de Estado, porque se entendessem, não teriam deixado que a igreja se
tornasse tão grande ‘’, e entre várias concepções nota-se que a igreja pode
existir, mas sem que politicamente se envolva. Na historia houve um homem
conhecido como ‘’ aquele que rompeu com a igreja católica’’ e fez sua nação
conceber a igreja anglicana, e por sua vez, não tinha papas e o governado era o
próprio a governar, desde então houve crescimento na economia a partir do
momento que a doutrina fora substituída.
O
século XXI, moderno, mas não ao ponto de tornar os pensamentos de Maquiavel
todos descartáveis. Atualmente no Brasil, percebem-se desigualdades sociais,
providas de um governo desfavorável ao não possuidor de relevância no poder
econômico, onde milícias e governadores exercem autoridade e usam de violência
verbal, física, corrupção e não comprimento das leis. Denunciando o governo
falho e a educação inferior a necessária para entender o sistema e se defender
dos ataques que creditam ser ignorantes os pobres (desfavorecidos), de tal modo
que se submetam á crença de que o ‘’
carnaval ‘’ e o ‘’ futebol ‘’ são mais importantes. A necessidade por respaldo,
direito e qualidade, adentram fatores, como o nível educacional pública,
criminalidade partida ‘’ também ‘’ por menores, gravidez na adolescência, uso
de drogas que trás consigo problemas morais, psicológicos e danos á sociedade
em desenvolvimento.
Os
políticos diversificam suas táticas, mas ambos querem subir ao poder, porém
poucos ou quase nenhum, utiliza ética moral, princípios e escolhas prudentes
para que se comece a governar de forma coerente á atender as necessidades do
povo, não apenas as suas.
5.
Administração
coerente
Quem não governar bem
esta parte perderá rapidamente aquilo que tiver conquistado.
(Maquiavel 1532, O príncipe, p.15)
Deve, portanto,
alguém que se torna príncipe mediante o favor do povo mantê-lo amigo, o eu lhe
será fácil, pois o povo não exige mais do que não ser oprimido.
(Maquiavel 1532, O
príncipe, p.46)
Baseia-se
em dinamizar, conquistar e possuir, por meios legais, que não agridam as leis e
não atendam somente aos seus interesses. Que nivele, sem diferenciar, e como no
próprio livro de Maquiavel fundamenta diversas vezes, que um bom governante,
sabe lidar com o bem e o mal, ou seja, exigir autoridade para manter o
controle, mas de maneira a não gerar rebeliões por parte dos populares através
de ser também liberal, mas de modo que não seja comparado como igual de forma
que o povo acredite não ser necessário ter respeito.
Um
governo próspero atende as premências de que o cidadão como um todo precise. A
realidade é que quem faz o governo é a própria população, mas se a mesma não
tem ciência do que seja ser cidadão e um ser político, não podem ser bastante
para julgar e identificar dúvidas do certo e errado.
6. Virtú e o cenário político Brasileiro
Virtú
é a capacidade do individuo percorrer através da determinação para conseguir o
que se quer. Adaptação ao seu povo e governo de forma a consegui ou mantê-los e
habilidade de agir diante de uma situação, ou seja, as qualidades que os
diferem e os tornam astutos.
No
Brasil, encontra-se o clássico ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, um
operário que mobilizou com suas ideias revolucionárias de igualdade e melhorias
ao país, que logo atendeu ao seu carisma, por fim sua Virtú conquistou a todos
de forma inteligente. Por outro também se têm Getúlio Vargas que permeio
durante anos também pelo golpe de estado que o nomeou novamente como
governante, que apesar de firme, autoritário, manipulador e astuto, foi
condecorado por muitos como peça importante para o progresso da economia devido
ao seu excelente trabalho; fundação da Petrobrás, a diminuição da influência
inglesa, aposentadoria, leis do trabalho, entre tantos outros benefícios, assim
mostrando ser autoritário e liberal, eis a sua Virtú.
7.
Conclusão
Para bem conhecer a natureza
dos povos, é necessário ser príncipe, e para bem conhecer a dos príncipes, é
necessário pertencer ao povo.
(Maquiavel 1532)
É imprescindível ter
o deleite de se contemplar com os ensinamentos de Maquiavel, encontrados na sua
obra prima O príncipe. Um homem audacioso que escreve de forma minuciosa a
realidade sem bases utópicas, rompendo com qualquer doutrina e não atendo a
laços tradicionais, impondo a sua verdade sem nenhum tipo de respaldo ou
preocupação com ética. Designa ao ser humano a lidar com os seus sem pensar
neles, construir bases sólidas e difícil rompimento, buscando atrela-los aos
seus pensamentos astutos que mostram o homem na sua essência, estes que por sua
vez sempre querem mais, o suficiente nunca é bastante quando se tem ambição.
A
ignorância remete ao povo a submissões e ao governo impor o que quiser, sem se
preocupar com julgamentos posteriores. Pessoas astutas (acesso a informação)
são armas para o governo precário. O príncipe apesar de escrito em um contexto
diferente do atual cenário político do Brasil, consegue atrelar o passado e o
presente de forma sublime, causando aberturas, ou seja, dando olhos aos cegos,
ouvido aos surdos e palavras aos desprovidos de saber. O homem é condicionando
a viver em sociedade de tal modo é responsável a decidi em grupo ou dar o
primeiro passo, para atender suas premências, sendo assim cabe a ele decidir por
quem iram ser governados, como será feito isso e os mecanismos para exigir,
elaborar e executar as leis e ninguém mais pode fazer isso se não o povo, pois
aquele que assim não faz, não sabendo ele que se rende a escravidão ou a
liberdade.
Referências
bibliográficas
Maquiavel,
Nicolau. O príncipe. Tradução de Weber, Hingo. Editora Vozes, 2011
Nicolau
Maquiavel- Filosofo. Disponível em:<http://www.biografia.inf.br/nicolau-maquiavel-filosofo.html/>. Acesso
em: 13 de abril de 2013.