quarta-feira, 13 de julho de 2011

Apreciação minuciosa da obra literária


Milena Miranda
3º EM




Apreciação minuciosa da obra literária
O príncipe escrito por Maquiavel.
                                                                       
Elaborada para requesito de nota para Iº unidade do curso de Filosofia, com propósito de maximizar a argumentação, fundamentar e adquirir conhecimentos políticos entrelaçados com conceitos históricos antigos que permeiam na contemporaneidade.

Orientador: Prof. Cleidson Oliveira




 Prefácio



Photo Luis Machado
           A necessidade de formar juízo fundamentada em teorias julgadas imprescindíveis torna a obra O príncipe, escrito por Maquiavel, um dos mecanismos que o ser humano atribuiu ao longo do tempo como meio de elucidar o comportamento do individuo em grupo oriundo de suas premências. Entender a sociedade que o homem está integrado, criticar e filtrar as informações é importante de tal forma que ampliemos nossa visão de política, solidificando bases teóricas requeridas por meio de informações também encontradas no livro.
          Por meio de uma critica como cidadão e analisador parcial será destrinchado informações da obra, das aulas em sala para ser elaborado respostas condizentes.


1.   Concepção central do livro

...quando se ocupa Estados em uma província disforme de língua, de costumes e de valores, aparecem as dificuldades; e aqui é preciso ter grande sorte e grande capacidade para mantê-la.
(Maquiavel 1532, O príncipe, p.13)

... eu lhes respondi que os franceses não entendiam de Estado, porque se entendessem, não teria deixado que a igreja se tornasse tão grande.
(Maquiavel 1532, O príncipe, p.20)

...por medo foram constrangidos a obedecer e a firmar um governo do qual se fez príncipe. E mortos todos aqueles que, por estarem descontentes, poderiam ofender-lhe.
(Maquiavel 1532, O príncipe, p.42)


Conceder ao homem como ser pensante a ideia de buscar, manter e fazer manutenções do poder adquirido a longo ou curto prazo por meio de sacrifícios inteligente e que permeie entre os populares a informação de ou ser o bem feitor o que ira o atar as mãos ou individuo autônomo que solicite e consiga através de mecanismos sadios, trágicos e desumanos formando um estado sólido, contando com similares de poder e sua própria nação sem distinção de classe, ou seja, buscar a forma mais prudente para estabilizar a relação do povo com o governante.
Conselhos primários e secundários que aproximam o político da sociedade em que governa por meio da intimidação e astucia ciente de que manter e ceder cordialidade entre as extremidades é uma façanha necessária a todo instante e se assim não o fizer, os mecanismos criados para conquistar e manter o poder, serão fiascos que logo o destronará. Mostrar às sucessivas falhas do homem e o reparo necessário através de fundamentações inescrupulosas que visam passos independentes de forma hostil, sem receio de constranger com pensamentos coerentes e sem filtros ou que agregue apenas o tradicional, direcionando o ser humano ao desejado por ele. Saber lidar com os outros governos, manter laços entre os maiores e menores, guerrear com o que tem aproveitando como puder sem desviar sua atenção e aprender a não se confiar demais, pois há mudanças que oscilam a todo tempo por esse motivo é necessário entrar em uma guerra sabendo sair. Desprezar qualquer valor não condizente ao que se quer, fazer o mal de uma vez e o bem de forma gradativa apenas é um dos esboços para futuras vitorias.


   2.   Política – Maquiavel e Sociologia

Maquiavel relaciona o homem e suas condições, alguns forçados pelo meio e outros apenas obras estáticas que enfeitam. Aprofunda-se em contextualizar a sociedade sem nenhuma base utópica, ou seja, apontar os fatos lúcidos sem menosprezar detalhes ou se preocupar em opiniões externas que critiquem sua falta de escrúpulos independente de quais sejam os danos morais exibidos ou provocados. Enquanto por outra vertente a sociologia estuda a sociedade e os recursos sociais adentrando a todos os pensamentos e públicos de forma a contemplar o homem a capacidade de se impor desviando-os da ignorância ao permitir desequilíbrio, ou seja, evitar a priorização de quem tem maior poder financeiro ou político. 
           
A política deve ser feita de maneira á apaziguar e atender a necessidade da população, porém o homem necessita sempre mais e se mostra disponível a alcançar, gerando desigualdade entre os indivíduos, acarretando problemas sociais e escassez de valores. As pessoas devem ser políticas, para entender a forma de governo da sua nação. Segundo Maquiavel (1532, O príncipe, p.66) ‘’Aprenda a conhecer seu país e possa melhor defendê-lo’’ fundamentando que é imprescindível escolher quem ira controlar seu meio e para tanto é importante compreender como funciona o sistema, ensina aos governantes como governar, mas também mostra a realidade do povo submisso, comprável, não instruído a exercer seus direitos, de modo que muitos obedecem á autoridade. Não se deve dar a outra pessoa à responsabilidade por nossa segurança e bem estar, sem que nos preocupemos como acontecerá isso e se realmente acontecerá.

3.           Estratagemas para conquista e manutenção do poder

3.1         Nada é tão incerto e instável quanto à fama de uma potência que não se funda sobre sua própria força.

E disse Maquiavel: ‘’Sábio sempre fugirá dessas armas e se voltará às próprias armas; e achará melhor perder com as suas do que vencer com as dos outros, julgando não verdadeira vitória aquele que com as armas alheias se conquista ‘’
Buscar por seus meios validam suas conquistas não os aprisionando a terceiros que podem ter intenções contraditórias as que demonstravam. Ganhar para se aprisionar não é vitória. É sabido por muitos que os ingleses conquistaram nações por meios sem princípios; investimentos bélicos, localizar suas indústrias nas localidades, determinar o consumismo da população através do uso da matéria prima finalizada por eles, sistema de governo similar ao seu e ‘’ ajuda ‘’ aos países que estão em desequilíbrio; financeiro, alimentício ou devido a guerras. Exemplo de dominação ocorrera na Índia, onde a população se submetia a autoridade exercida pelos ingleses, de forma que vestiam, se alimentam e viviam de acordo com os mesmos, sem ter liberdade de expressão ou uso adequado de suas vidas, ou seja, cometer aquilo que não é permitido por ele e segundo Maquiavel no capitulo XIII ‘’ as armas dos outros, são como roupas que não te servem, ou são muito largas ou muito pesadas ou muito apertadas’’.

3.2         Fazer-se amado e temido pela população

Maquiavel mostra que não se pode apenas exigir, pois o povo se rebelaria, sendo assim, o equilíbrio mantém e contém a população. ‘’Sorrir falso e arder com puder se preciso, mas que assim faça ambos ‘’ acredito e fundamento, pois se é bom demasiadamente, o usurpam créditos e poder, tornando-o a mercê da população que o nivelam como os seus, o desrespeitando como autoridade. Ser severo e impor respeito atrai submissão por medo, mas não se pode ser apenas um, é necessário os dois, pois a balança comporta não apenas um e se houver a diferença, logo um desequilíbrio. Não é necessário ter todas as qualidades a todo o tempo, mas imprescindível aparentar tê-las.

3.3 Aprendam a conhecer seu país e possa melhor defendê-lo

            Há duas vertentes, a primeira é que como povo se você conhece seu país como um todo, logo saberá se defender da tirania de um governo e a segunda é que como governante que aprendeu e conhece sua nação, poderá se defender, criando táticas de guerra, melhorando a qualidade dos seus soldados; os equipando e treinando, adequados a identificar mudanças antes que elas acontecem, ou seja, se preparar ou resistir a um ataque e se houver qualquer tipo de falha, corrigi, pois um bom líder saber ser o capitão mentor da qualidade que vise vitórias.                                                    

3.3         Mudar com novos méritos a velha ordem, ser severo e grato, magnânimo e liberal.
Desloca as pessoas á acompanha sua linha de raciocínio e sua forma de trabalho de forma hábil é uma tática em outras palavras, uma arte formidável. Pessoas acostumadas á outra ordem e sistema tendem a rejeitar quaisquer que sejam as mudanças, não como um todo, pois á adaptação é relativa entre os seres humanos, mas contar apenas com a exceção é ‘’esperar chuva em dia de sol ‘’ pode acontecer, porém é incerto demais. Não se pode mostrar ser liberal demasiadamente, para não ser tratado como desprovido de autoridade, muito menos severo exacerbado, pois a rejeição imediata, logo o deslocará como ‘’ apenas o intermediário, e para quem quer se fixar ao poder, não é de maneira alguma, a melhor tática.

      
   4.   Maquiavel no século XXI

Todavia a religião é uma das principais influenciadoras de comportamento humano e base social, desde á antiguidade com o aparecimento de cristo e o surgimento do
cristianismo, entre diversas doutrinas que também por sua vez são responsáveis por inflexibilidade ou controle. Segundo Maquiavel ‘’ os franceses não entendiam de Estado, porque se entendessem, não teriam deixado que a igreja se tornasse tão grande ‘’, e entre várias concepções nota-se que a igreja pode existir, mas sem que politicamente se envolva. Na historia houve um homem conhecido como ‘’ aquele que rompeu com a igreja católica’’ e fez sua nação conceber a igreja anglicana, e por sua vez, não tinha papas e o governado era o próprio a governar, desde então houve crescimento na economia a partir do momento que a doutrina fora substituída.
O século XXI, moderno, mas não ao ponto de tornar os pensamentos de Maquiavel todos descartáveis. Atualmente no Brasil, percebem-se desigualdades sociais, providas de um governo desfavorável ao não possuidor de relevância no poder econômico, onde milícias e governadores exercem autoridade e usam de violência verbal, física, corrupção e não comprimento das leis. Denunciando o governo falho e a educação inferior a necessária para entender o sistema e se defender dos ataques que creditam ser ignorantes os pobres (desfavorecidos), de tal modo que  se submetam á crença de que o ‘’ carnaval ‘’ e o ‘’ futebol ‘’ são mais importantes. A necessidade por respaldo, direito e qualidade, adentram fatores, como o nível educacional pública, criminalidade partida ‘’ também ‘’ por menores, gravidez na adolescência, uso de drogas que trás consigo problemas morais, psicológicos e danos á sociedade em desenvolvimento.
Os políticos diversificam suas táticas, mas ambos querem subir ao poder, porém poucos ou quase nenhum, utiliza ética moral, princípios e escolhas prudentes para que se comece a governar de forma coerente á atender as necessidades do povo, não apenas as suas.


   
   5.   Administração coerente

Quem não governar bem esta parte perderá rapidamente aquilo que tiver conquistado.

(Maquiavel 1532, O príncipe, p.15)

Deve, portanto, alguém que se torna príncipe mediante o favor do povo mantê-lo amigo, o eu lhe será fácil, pois o povo não exige mais do que não ser oprimido.

(Maquiavel 1532, O príncipe, p.46)

Baseia-se em dinamizar, conquistar e possuir, por meios legais, que não agridam as leis e não atendam somente aos seus interesses. Que nivele, sem diferenciar, e como no próprio livro de Maquiavel fundamenta diversas vezes, que um bom governante, sabe lidar com o bem e o mal, ou seja, exigir autoridade para manter o controle, mas de maneira a não gerar rebeliões por parte dos populares através de ser também liberal, mas de modo que não seja comparado como igual de forma que o povo acredite não ser necessário ter respeito.
Um governo próspero atende as premências de que o cidadão como um todo precise. A realidade é que quem faz o governo é a própria população, mas se a mesma não tem ciência do que seja ser cidadão e um ser político, não podem ser bastante para julgar e identificar dúvidas do certo e errado.



6. Virtú e o cenário político Brasileiro

Virtú é a capacidade do individuo percorrer através da determinação para conseguir o que se quer. Adaptação ao seu povo e governo de forma a consegui ou mantê-los e habilidade de agir diante de uma situação, ou seja, as qualidades que os diferem e os tornam astutos.
No Brasil, encontra-se o clássico ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, um operário que mobilizou com suas ideias revolucionárias de igualdade e melhorias ao país, que logo atendeu ao seu carisma, por fim sua Virtú conquistou a todos de forma inteligente. Por outro também se têm Getúlio Vargas que permeio durante anos também pelo golpe de estado que o nomeou novamente como governante, que apesar de firme, autoritário, manipulador e astuto, foi condecorado por muitos como peça importante para o progresso da economia devido ao seu excelente trabalho; fundação da Petrobrás, a diminuição da influência inglesa, aposentadoria, leis do trabalho, entre tantos outros benefícios, assim mostrando ser autoritário e liberal, eis a sua Virtú.



7.          Conclusão

Para bem conhecer a natureza dos povos, é necessário ser príncipe, e para bem conhecer a dos príncipes, é necessário pertencer ao povo.
(Maquiavel 1532)

                É imprescindível ter o deleite de se contemplar com os ensinamentos de Maquiavel, encontrados na sua obra prima O príncipe. Um homem audacioso que escreve de forma minuciosa a realidade sem bases utópicas, rompendo com qualquer doutrina e não atendo a laços tradicionais, impondo a sua verdade sem nenhum tipo de respaldo ou preocupação com ética. Designa ao ser humano a lidar com os seus sem pensar neles, construir bases sólidas e difícil rompimento, buscando atrela-los aos seus pensamentos astutos que mostram o homem na sua essência, estes que por sua vez sempre querem mais, o suficiente nunca é bastante quando se tem ambição.
            A ignorância remete ao povo a submissões e ao governo impor o que quiser, sem se preocupar com julgamentos posteriores. Pessoas astutas (acesso a informação) são armas para o governo precário. O príncipe apesar de escrito em um contexto diferente do atual cenário político do Brasil, consegue atrelar o passado e o presente de forma sublime, causando aberturas, ou seja, dando olhos aos cegos, ouvido aos surdos e palavras aos desprovidos de saber. O homem é condicionando a viver em sociedade de tal modo é responsável a decidi em grupo ou dar o primeiro passo, para atender suas premências, sendo assim cabe a ele decidir por quem iram ser governados, como será feito isso e os mecanismos para exigir, elaborar e executar as leis e ninguém mais pode fazer isso se não o povo, pois aquele que assim não faz, não sabendo ele que se rende a escravidão ou a liberdade.



Referências bibliográficas

Maquiavel, Nicolau. O príncipe. Tradução de Weber, Hingo. Editora Vozes, 2011

Nicolau Maquiavel- Filosofo. Disponível em:<http://www.biografia.inf.br/nicolau-maquiavel-filosofo.html/>.  Acesso em: 13 de abril de 2013.

1 comentários:

DEFERIDO disse...

Sinto-me lisonjeada. Ter o meu nome e o meu trabalho nesse blog me emociona de tal forma que limita as minhas palavras, estou sem saber o que dizer, a única coisa que penso agora, é que nada é mais gratificante do que ter tido a honra de ser avaliada e orientada por Cleidson. <3

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