A criança é a inocência, e o esquecimento, um
novo começar, um brinquedo, uma roda que gira
sobre si, um movimento, uma santa afirmação.
novo começar, um brinquedo, uma roda que gira
sobre si, um movimento, uma santa afirmação.
Nietzsche
Na infância
manifestamos um sentimento que se aproxima muito da claustrofobia. Quando somos
criança temos medo dos lugares fechados, temos medo de ficar sozinhos, temos
medo do escuro e temos medo do que fica em local escuro, fechado e abaixo no
subsolo.
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A construção
imagética que fazemos desses locais é tão forte que se transforma em dimensões
simbólicas, conscientes e inconscientes, desdobrando, na idade adulta, em um
compartimento "porânico" (me permitam o neologismo aqui) na nossa
vida, na nossa existência. Esse compartimento é uma parte de nós onde lançamos,
de forma voluntária e involuntária, as lembranças duras que vivenciamos. O
porão-caverna-poço físico da nossa infância ganha uma dimensão imaterial e
passa a habitar nossa alma, nosso coração, nossa memória. Recorremos a muitos
artefatos para isolar a figura do porão que se manifesta de tantas formas. O
entretenimento, a diversão, são fugas desenfreadas nas inúmeras tentativas de exílio
do porão.