sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Esse vídeo, um tanto cômico e ao mesmo tempo inteligente,  descreve um pouco a situação que estamos vivendo em nossos dias em diversas áreas do conhecimento e  nos seus diversos campos de construção e/ou reflexão. Vivemos o momento em que os centros educacionais não podem mais construir e levantar muros para impedir que as tecnologias cheguem as salas de aula, onde alguns educadores, sustentados por discursos saudosistas, insistem em se apegar e primaziar os instrumentos tradicionais das instituições de ensino, existindo entre estes, aqueles que se arvoram em afirmar que é o fim da atividade do professor, pois as tecnologias vão substituir o docente na sala de aula.
 Todo esse clima me faz lembrar o período em nossa história, onde pela falta de reflexão e análise, alguns professores, ao visualizarem as TIC, assemelham-se com a classe média da década de 60, que via o comunista como um sujeito que come as crianças.  Mas, não cabe aqui unicamente apontar a realidade. Existe isso? Existe e é uma espécie de crise. O que é essa crise? Até um certo ponto sabemos. Como funciona essas tecnologias, seus benefícios e seu uso e abuso? Também sabemos. Mas será que sabemos o porque do medo dos professores e qual a raiz desse medo? Qual o grande problema em se relacionar com esse novo, que se analisarmos bem, não é tão novo assim? E de que forma a filosofia está atuando neste campo?  Vou além, como a filosofia poderá ajudar a compreender esse impasse no campo da educação e também demarcar  limites do que é real e do que não é real? Pois, podemos pensar também que, além do medo de muitos professores, quando se fala nessas ferramentas inovadoras, existe também a paixão cega de alguns que vêem nas tecnologias, uma espécie de salvação. Assim, o trabalho que apontamos aqui, ainda que no princípio seja positivo, quando buscamos mostrar os benefícios das TIC´s e encontrar no professor  os elementos que torna essa realidade tão apavorante, é também negativo, uma vez que busca encontrar aquilo também que as tecnologias não podem fazer e que desde sempre é campo de atuação do humano, do saber, ser e sentir docente/discente e que precisa ser retomado e re-significado, cito alguns pontos, a escola como campo de experiência dialógica, onde mestre e discípulo  refletem sobre a realidade, conhecendo e produzindo saberes. Momento também onde uma roda para analisar, discutir, pensar sobre um livro, sobre o como fazer leitura e pesquisa.  
Deste modo, já neste pequeno esboço, identificamos dois problemas que chamarei de; O da fobia e o do pathos. E diante deles, lanço a pergunta, o que é real nos dois? O que é real diante dessa realidade que se apresenta das tecnologias e seu uso nas salas de aula, quanto a recepção dos docentes? Essa será nossa tentativa em um próximo momento, o de tentar responder a essa questão, pois pensamos que, responder a essa questão será como identificar a pedra que está impedindo o curso do rio. Por ora contentemos-nos em mostrar alguns poucos aspectos introdutórios sobre a escola vigente e as novas escolas. 
       É comum os discursos que circulam, desde as escolas fundamentais, até os centros de pesquisa universitários e nestes discursos encontramos afirmações em torno do fim da atividade do professor, da verdade que a maquina vai substituir o homem na sala de aula, entre vários outros. 
Mas, creio que, mais do que nunca, nos é dada a demonstração que os novos instrumentos para uma educação em consonância com seu tempo não pode e nem deve desprezar a escola vigente, alias, ela deve ser mais um mecanismo de transformação e enriquecimento, para garantir reflexão, crítica e mais criatividade, dinamismo e atualidade no processo de ensino e aprendizagem, fornecendo ao educador as dimensões estruturantes disponíveis e possíveis para sua formação na contemporaneidade. Isto, porque a questão que é pertinente na escola vigente, se faz tão viva e até mais atual no olhar das novas educações, ou seja, a reflexão sobre o mundo e a atuação, não só reprodutora, mas pensante, construtora e problematizadora sobre o mundo complexo da contemporaneidade. Deste modo a educação muda sim, mas trazendo os elementos ainda vivos e pertinentes dos sistemas anteriores, muda percebendo que o mundo muda e, sendo a educação um processo de compreensão por parte do educador, da realidade e dos movimentos no espaço que o circunda, acerca do que está acontecendo, é necessário que o educador mude no que se refere, primeiro no seu olhar, no ato de ver o novo, é preciso enxergar com curiosidade, abandonando os preconceitos, neste sentido eu evoco a capacidade dos filósofos de se espantarem, se encantarem com o que se mostra e querer usa-lo para compreender a realidade e ser um sujeito do seu tempo. Segundo, mude para se apropriar dessas ferramentas, conhecendo-as e usando-as para fazer educação. E terceiro, mude para perceber que só essas ferramentas não ajudam, na verdade a tecnologia não é nada sem a capacidade crítica do docente que consegue tornar o ambiente um campo para reflexão e análise, que  criei situações para despertar nele e no estudante a sede pelo saber, sentir e ser e que sobretudo, compreenda essa nova realidade como um novo cenário com elementos dos cenários anteriores, só que mais sofisticados e mais avançados, que entretanto, não muda e não substitui a eterna ansia humana que é a do saber e usar este saber para conhecer, se auto-conhecer e realizar-se. Anseio que atravessa o tempo, vindo dos tempos mais remotos, tais os sumérios, egípcios, passando e tendo um certo apogeu com a Grécia e Roma, chegando até nossos dias com essa dita contemporaneidade, sem entretanto, esgotar a pergunta arcaica, o que é isso que vivemos agora? O que é isso a nossa volta? E o que somos nós que perguntamos e vivemos  todas essas coisas?

0 comentários:

Postar um comentário